Reencontro
Te quero muito ainda
quando penso
no teu colo
e nas flores,
riscadas na tua pele.
Me imagino,
às vezes
deitado do teu lado
sem tempo
sem relógios
sem todas as mágoas
que juntamos.
Quase como um delírio,
me vejo
afogado em teus cabelos
e no riso
que você deixou
na minha memória.
Mas o que posso fazer agora?
impotente,
fui logrado
pelas circunstâncias,
dessa história
e vejo
todas as portas
se fechando.
Na minha loucura,
vou riscando
nas paredes
que as boas lembranças
são muito pouco,
para afastar
esta amargura,
Esse prêmio de consolação,
de pensar sozinho
no que poderia ter sido.
e assim,
agarrado às palavras
traço versos,
sobre um possível reencontro
com a razão,
sobre a volta
dos teus leves passos
sobre o meu colchão.