ARREMESSOS
Eu, sim, bem sei,
Que esperar-me assim sozinho,
Num vazio que devassa
O fitar ao léu o poente
Semeado de saudades.
Eu, sim, não sei,
Que esperançosos verdes olhos
Teimam em sonhos me ver,
Irradiando um céu ausente
De carências e vaidades.
Eu, sim, não sou,
Um arresto de desejos,
Quiça gotas de lágrimas
Pingando fel no coração,
Drenando minh'alma sombria.
Eu, sim, vou ser,
Um arremesso certeiro
No cerne da coragem,
Decifrando egos e eus,
No causal evoluir perene.