Assonância, relutância
Quando eu falo
Quando eu calo
Quando eu escuto
Quando eu surto
Quantas cenas
Tantos gestos
Uma máscara
Um protesto
O grito não sai
A voz silencia
O corpo se engia
A doença vem
Os limites também
O eco ouve
Ele devolve
Ele me escuta
Ele responde
Repetitivo
Primitivo
Ciclo vivo
Vicioso
Sempre volta
À minha volta
Como uma escolta
Como na escola
Não aprendi
Não entendi
Só vou dormir
Sentir partir
Chega o sono
Vem o sonho
Vai-se o medo
Vai-se a sombra
Se me lembro
É setembro
Eu espero
Amarelo
Ninguém ouve
Ninguém vê
Nada além
Nem ninguém
Eu repito
Eu suplico
Quase vou
E quase fico
Nunca inteiro
Sempre partido
BI Andrade
29/09/2022 às 0h38