Dentes amarelos.

Fale-me tudo

Conte-me se for capaz

Deixe para traz, falsa modéstia e diga-me,

vamos lá, provoque-me com a verdade,

Seja o algoz violento das boas novas

Que de tão boas, não podem ser novas e nem boas

Venha, convença-me de tudo e não esconda nada

Se menti, que pelo menos escove-me o ego, antes, de partir-me ao meio, sorria com dentes amarelos e cara limpa.

Vamos! Sussurre-me os desabafos, segredos negros, em que tua mente por quase não querer se meteu, acuse-me, deturpe meu insucesso

Livra-me da culpa, da certeza solitária.

Revele-me, aquilo que todos sabem ou esqueceram de propósito.

Ahh, ai de mim, ai de mim.

Qualquer tragédia grega, se curva a verdade falsa das coisas.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 28/09/2022
Código do texto: T7616567
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