A ferrugem
Daquele lugar, guardo no peito a infância
Talvez um dia volte como canções
Mas não estariam lá minha mãe
Aqueles amigos
O eu pequenino
Tudo menor
Vou ficando esperto com os dias daqui
Com a cabeça baixa pensante sem fios
Dosando os perigos e as delícias
De um dia qualquer
Do eu pela metade
Ou pelo fim
No horizonte, cheiros, coelhos e pessoas
Computadores, música, rios e quintais
Continuam me atiçando a mente
Na medida em que endoido
E volto a escrever
Nos muros
Coisas que se passam desde sempre
No coração que enferruja lento