A ferrugem

Daquele lugar, guardo no peito a infância

Talvez um dia volte como canções

Mas não estariam lá minha mãe

Aqueles amigos

O eu pequenino

Tudo menor

Vou ficando esperto com os dias daqui

Com a cabeça baixa pensante sem fios

Dosando os perigos e as delícias

De um dia qualquer

Do eu pela metade

Ou pelo fim

No horizonte, cheiros, coelhos e pessoas

Computadores, música, rios e quintais

Continuam me atiçando a mente

Na medida em que endoido

E volto a escrever

Nos muros

Coisas que se passam desde sempre

No coração que enferruja lento

Daribe Simbar
Enviado por Daribe Simbar em 27/09/2022
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