EM NEM UM LUGAR ALGUM
Às dezenove e dois, sob a primavera nova,
não decifro o tom dessa paleta tão aleatória
do vernissage vivo das nuvens que movem
as linhas do firmamento (e dos seus miolos).
Fecho os olhos e ouço o silêncio do velório,
preso no quarto escuro, onde os remorsos
reinam sobre todas as penitências das horas,
que fugiram da opressão do AI-5 dos relógios.
O meu verso foi beber da cachaça da oferenda
(às zero, quase uma, nem você, nem o poema).