PALCO

Dono de quê?

Se nem dono de mim eu sou...

Sonhos confusos...

Almejando ao coração ressuscitar...

Com tão pouco tempo a pensar...

Devaneios em barcos de desejos a qual me entrego...

Só assim me reconheço...

Quando a vida com o látego me fustiga...

Finjo não ver a realidade sentida...

Na pura ausência das coisas...

Um palco: eu e a lua...

O terror de pensar no fim da peça...

Louvando por estar em cena...

Ainda...

Mas o futuro insiste e persiste...

Em rasgar as cortinas...

Escurecer as estrelas...

Devorar a noite...

Massacrar o dia...

Na arte de perder-se não há nenhum mistério...

A cada dia um pouco perdemos...

Embora, até o momento, não percebi o quanto tenha mudado...

Quem me quiser que me chame...

Ou que me toque com a mão...

Antes que a peça termine...

E só reste silêncio e escuridão...

Sandro Paschoal Nogueira

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Sandro Paschoal
Enviado por Sandro Paschoal em 26/09/2022
Código do texto: T7614517
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