Sentado, observado de terno
(I)
Refinado e de terno,
Sentado na poltrona
Lá no canto da sala,
Tenho a visão do inferno
Quando ele vem à tona
Co'a careza de gala;
Ele vem, senta à mesa,
E come enquanto fala,
Se engasga, como tende,
E se entope de vinho
Enquanto a prosa rende;
E ele mostra a avareza
Quando se vê sozinho,
E amputa a geladeira
Da cerveja e bolinho,
E nisso eu sento à beira,
Observando de terno.