Enigmas
Não queira nos reduzir, amor.
Eliminar nossas pernas e braços
Para cabermos em sonhos e traços
De uma melodia sem compositor.
Diga o que é, seja o que for.
Não há nada pior do que juntar pedaços
Daquilo que se exauriu pelo cansaço
De quem resguardava algum vigor.
Os dias passam e não são brecáveis.
Paixões existem, mas não são úteis.
E nós? Em que milésimo ficamos?
Procuro nos seus olhos insondáveis
Respostas para essas questões fúteis.
Contudo, ao acharmos, ignoramos.