O Senhor dos segundos
Quem sóis/
O filho/
Uma divindade/
A obra de arte/
Dessa vida/
Contribuição do pai/
O amor da mãe/
E a força do Espírito Santo, amém/
Quem fostes/
O menino/
Que amava/
Que descobria/
Que inventava/
Que brincava/
Que sonhava/
Até conhecer o Mundo/
Quando conheceu o trabalho/
Quando conheceu Maria/
Se tornou o homem /
Se arvorou na rua/
Se aventurou na estrada/
Se perdeu no rumo/
Aí então sentindo-se senhor/
Se esqueceu de Deus/
Se esqueceu da mãe/
Se esqueceu do amor/
E vil/
Seguiu só o prazer e a paixão/
Liberdade e libertinagem/
Parceiro do urbano/
Esfacelou o humano/
Tornou-se arrogante/
Mentiroso e fumante/
Adorador de muitos. deuses/
Tornou-se também um Federal/
O então industrial/
Buscava como realização pessoal/
Ter o capital/
Assim se fez-se na terra/
O poder/
Tinha as mulheres bonitas/
Tinha um império de bens/
Era a notícia/
Foi manchete de jornal/
Mas envelhecido/
Sob efeito dos vícios/
Corroído pelos excessos da juventude/
Sentiu que a força lhes faltava as mãos/
Enxergando mais/
Viu que a sua volta à mesa/
Só estavam o silêncio e a escuridão/
Como legado/
Seu altivo coração/
Reconheceu o medo/
E às ruínas do reino/
A solidão veio então/
Lembrá-lo que a morte chega/
Para todos/
E o que é desse mundo/
Permanece no chão/
Não há corpo, mente ou mãos/
Arrogância, prepotência ou posição/
Capaz de fazer na última viagem/
O acompanhar/
Além das suas obras/
Para que sirva de lição aos tolos/
Que andam na ilusão/
De que viver sem direção/
É fazer o que der na telha/
E que os problemas seus e de outros/
Se resolve com o ouro/
Que os erros se consertam/
Com apenas umas moedas/
Que a felicidade é material/
No arrepender das dores/
No olhar sem enxergar as cores/
Procure enxergar além do espelho/
Quem sabe você aprenda/
Que amar, talvez seja a verdadeira/
Razão dessa vida/