Um guardanapo pra limpar a alma.
Uma mesa num bar, um ser só, um papel.
Guardanapo níveo, que recebe a escrita,
Dum poeta que vive um tempo sensível.
E em sua sensibilidade derrama seu ser,
No guardanapo que agora limpa a sua alma.
Nas rabiscadas letras dum sentir sem ter.
Dum bem querer, mas sem ser o querido.
De uma paixão não correspondida, doída.
Versos de aís no guardanapo estendido.
Um ser só, um níveo guardanapo, um coração.
Uma paixão, uma alma dum poeta, a poetar.
É só o que precisa pra se dar vida a paixão.
(Molivars).