Paradoxo de Antonius Block
A torre se move
entre o bispo estático,
o rei se comove
na morte da rainha.
Quem controla as peças
do nosso xadrez?
A morte e o cruzado?
O conde e o burguês?
Nossos próprios atos
de fé circunspecta?
A duvida infecta
a certeza humana
como um parasita,
um verme sem traços
que deixa seus rastros
em cada certeza.
Se a morte controla,
Somos a vida e,
mesmo sendo a vida,
vivemos sem ter
sequer uma pista
daquilo que somos.
Perguntar à morte
para o que ela vive
é pretender que há
um entendimento
da vida por nós.
Vivemos no escuro
e movemos peças
até ouvir "xeque.."
e, com luz acessa,
nós que terminamos
a sentença "...-mate".