VENTO/VENTANIA.

Às vezes, venta

Em minhas tardes;

Quando meu ar

Tem teu olhar...

Traz esse vento,

Um aconchego.

Sabe ventar

Sem acorrentar.

Um sopro forte

Mais atrevido,

Passeia as curvas

Da minha saia,

Que é rodada

E também plissada.

Girando as cores

Dum cata-vento

Desfaz os fios

Do pensamento.

Inspiro versos

A te esperar,

Se teu olhar

Venta meu ar.

Que vento louco,

Sem direção!

Causando sopro

No coração...

Ah...se fosse a vida

Cantiga de roda,

Rodava a saia

Num pé de vento

E cirandava

Pra te (en)cantar.

Elenice Bastos.