VI- DONA NOBIS PACEM

Veja, onde tudo sempre acaba.

No inevitável compromisso com a poeira,

que fatalmente cobrirá nossos passos,

indo embora para um horizonte inexistente.

Fala-se da sucessão das dores dos pais,

da hereditariedade do trivial,

mas fica no fundo de toda história dita,

o inevitável do tempo e da corrosão.

Se nada é monumento ou nome,

nada é posse ou satisfação do desejo,

Então lhes trago o gosto há muito esquecido

de um paraíso trancado, há muito perdido.

Os caminhos se dobram e caem no abismo,

desacelerando objetos que suportam a vida,

matando o esquecimento de mentes que não há mais.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 07/09/2022
Código do texto: T7600779
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