Gênese
Eu quero todas as culpas
Que já não cabem no mundo.
Culpas epidérmicas que temos
Pelo simples fato,
Talvez um detalhe,
De estarmos vivos
E fritos na grande geena
De um Deus bom, mas distraído...
Que seja minha
A culpa ingênua da serpente
Seduzida talvez
Pela beleza da mulher criada
De um Adão solitário e triste.
Que eu seja a maçã
Dos desejos´proibidos
Por um Deus farto, mas contido.
Também a culpa do fugaz minuto
Que ganhou eternidade
Quando os olhos se abriram
E a carne vendo a carne
Nem ligou pro Deus vingativo!