Gênese

Eu quero todas as culpas

Que já não cabem no mundo.

Culpas epidérmicas que temos

Pelo simples fato,

Talvez um detalhe,

De estarmos vivos

E fritos na grande geena

De um Deus bom, mas distraído...

Que seja minha

A culpa ingênua da serpente

Seduzida talvez

Pela beleza da mulher criada

De um Adão solitário e triste.

Que eu seja a maçã

Dos desejos´proibidos

Por um Deus farto, mas contido.

Também a culpa do fugaz minuto

Que ganhou eternidade

Quando os olhos se abriram

E a carne vendo a carne

Nem ligou pro Deus vingativo!

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 25/11/2005
Código do texto: T76005