HINO À VIDA (?)
Olhos espetados de fome
Corpo quebrado de sede
Rachado como terra árida
No entanto, como milagre,
Sai de si, uma planta
Chamada Esperança no amanhã
São os olhos de Maria que sorriam
No meio do terreiro
Pensando vir ao longe
O que lhe falta,
A chuva benfazeja
Que se descortina
E traz consigo o que pode renovar a vida
Ao seu redor, mesmo lentamente,
Vagarosamente...
E seus olhos espetados de fome,
Com a pele rachada, esperando
Aflita o frescor da água sobre a planta
Que saiu de dentro dela
Com toda a força propulsora
De enfrentar a vida,
Pois ela a chama de Esperança no amanhã,
Enquanto o suor, a lágrima e a poeira do corpo,
Alimentam o sonho de um mundo melhor.
(03/09/2017)
Raimunda Lucinda Martins (Nelremar)