Quando estou só
Quando estou só...
Estou na sombra que me segue
Quando estou só...
A cidade ainda dorme
E, no vazio de algum luar,
Tento nela me encontrar
Quando estou só...
Meu desejo à flor da pele
Quando estou só...
As palavras se descobrem
E, no silêncio sussurrante,
Posso nelas me escutar
Quando estou só...
Vou do cerne à epiderme
Quando estou só...
Vejo o olhar subliminar
Dos olhos de um estranho
Incapaz de me enxergar
Quando estou só...
Sou existência que não lhe fere
Quando estou só...
Estou só a procurar
O meu lugar sem nome
O meu lugar sem dono:
...Perdido...
...No abandono...
...Em algum canto...
...Me esperando.