Há luz além do ego
Paira sobre a névoa do egoísmo
Uma alienação mordaz e desenfreada
As massas abastadas em seu ostracismo
Mantendo mãos e pálpebras cerradas
Esqueceram de vez que seguem um mesmo caminho
Nunca em tempo algum houve tanta ciência
Na contramão prevalece brutal ignorância
Falta-nos na integra a tão escassa benevolência
Num mundo doente sufocado em sua arrogância
Seres vis, submissos à sua própria aparência
Vês que somos um todo, não estamos sozinhos
Somos pequenos grãos, poeira solta ao vento
Há de se ter algo além de tanto egocentrismo
Uma sacudidura para parvo entorpecimento
Há de ter uma réstia de esperança em nosso destino
Levantemos a voz, num voraz bramido
É notória e fatídica nossa entremente degradação
É preciso acordar sentimentos adormecidos
Um resquício de humanidade no pútrido coração
Pra enxergar além do próprio umbigo
Quiçá inda prevaleça um traço de empatia
Nesse universo caótico e corrompido
Somos carne, ossos, sangue que pulsam vida
É preciso crer que nem tudo está perdido
Parir à fórceps esta grandeza que jaz adormecida