NÃO RAISON D'ÊTRE

D'onde venho
o hálito do vento é quente,
e o sol é do beijar vermelho em brasa.

D'onde venho
o amor é de quem consola,
E não da mulher que ama.

D'onde venho
os antípodas são fantasmas,
e os malditos são abutres.

D'onde venho
o desprezo imporcalha a urb
e a miséria feal assusta.

D'onde venho? 

Venho da metrópole-pós-indústrial.
Lá d'onde o amor e a vida são fuligem, são fumaça quão detrito de indústria.

Lá d'onde só há guetos,
não há berço, não há versos,
nem tampouco tabuletas de endereços.

Lá d' onde só há homens pelo averso
cada um cobrando o preço,
e a pandêmica xenofobia racial
 
Lá d'onde venho não há raison d'être.


SERRAOMANOEL - SLZ/MA - TRINIDAD - 30.11.2007.
serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 30/11/2007
Reeditado em 10/12/2008
Código do texto: T759757
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