AMANHECE
AMANHECE
Amanhece
O róseo a rés do céu
Azul prenuncia infinito
Dia de sexta banal
Dia de mercadão
Comprar laranjas bananas
Quiabos preços dos diabos
Legumes verduras
Inflação e conjecturas
Ver gente de vidas duras
Mas como é boa a banalidade
O burburinho caótico
Sem ares de supermercado anódino
Gente que vende
Gente que compra
Gente que carrega
Gente que grita
Gente que atrita
Quanta gente
Sem frescura
Que sua
Sem prateleira
Sem ar condicionado
Sem gente de uniforme
Que beleza o disforme
A conversa aberta
O grito de alerta
Tudo palpita
Até o mendigo em desdita
Que implora um pastel
Para ele o céu
Regado a café coado
E papo desnorteado
Tudo é vida que respira
Tudo é gente que pira
E ao ir embora
Não dá para estar fora
Dessa banalidade