II - EX CATACUMBIS

Por ondem andam os operadores do infortúnio,

sob suas patas jazem as vontades caídas em desgraça.

Quando chorou sobre o acanto da vala sem nome,

a então sem nome vendida à poeira do tempo,

tão profunda era sua oração sem palavras desse mundo,

que a chama da condenação amaldiçoou a fé vestida de sêda.

Tão ingenuamente dobrou-se o tempo no instante,

que de seus pés brotaram raízes e de seu olhos, redenção.

Quem é este a quem o pranto traz a culpa

por ser vil e dilacerador da infância?

É aquele a quem a intercecão viu-se falha ante o eterno,

pois culpa é mácula que torna mortos inertes à voracidade dos vermes.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 02/09/2022
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