Além do Alcance
Numa noite como outra qualquer,
Ela acende o seu cigarro
e traga o vício,
como se matasse um desejo
de morte.
Mas é vida,
o que ela procura,
quando se perde
entre bocas e corpos
cheios de desejo.
A satisfação escorre
por entre os seus dedos,
quase sempre.
E assim que tudo termina
ela volta,
a procura.
Eu não julgo,
já vivi a mesma busca,
sem saber
o que que a vida me traria
na próxima esquina.
Há uma certa poesia
no desespero,
das causas perdidas.
E eu estou aqui,
destilando versos
sobre ela.
Fico pensando,
no nosso lance,
e nas mensagens esquecidas
e desperdiçadas
no celular,
Não fui eu que quis deixar
a porta escancarada,
na saída,
Mas eu daria tudo,
pra não vê-la assim,
desesperada,
enlouquecida,
além do alcance.