Floradas Noturnas

Talhas por este caminho,

o quanto podes

de tempo aproveitar.

Verás

acima de tudo,

o todo que almejas.

Não, não se preocupes,

caso não o encontre.

O novo será visto,

e como todo novo,

excitante que é,

outros caminhos na peanha

se somarão aos já perpassados.

Há um espelho lá fora,

pequeno, túlio,

firme contudo,

que darás a ti

a exata medida

de sua saga.

Sim,

o mar terrível se torna,

quanto mais

os caminhos se cruzam.

Porém, o que fazer,

se de tudo

na vida o tens,

e onde

o prazer estará?

Sê o ocaso.

Não, não será permitido

tolas lamúrias,

pois banalizadas serão

ante a falta de tentativas.

Urutau o diga.

Como todo dia

que sucumbe à noite,

saberás ante a procura,

quais floradas lhe chegarão.

Brancas, alvas

ou noturnas,

como preferir,

trarão um meio tom

ao gosto amargo da vida,

que doce não é,

nem nunca será.

Mas satisfeito

enfim ficarás,

com teu enorme achado,

sem agradecimento

em tempo necessário,

confiante apenas

de um passo dado,

mesmo que rumo a anhures.

Feito braço de rio,

seu caminho em cantilenas

será longo e lodoso.

Contudo, em seio

satisfeito,

o bom leite

beberás de bom grado.

Floradas noturnas,

quão lúcidas serão

suas salvas,

seus vinhos,

doces delírios.

Suaves, talvez,

como uma luz

em arco de Íris,

de um dia

de verão qualquer.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 24/03/2005
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