Uma Onda

Não há natureza que se esconda

Atrás da porta e nem é uma realidade.

Qual é o sentido desta onda

Deste odor apodrecido da cidade

Onde encontrar as flores de verdade,

Margaridas Inocências vivas da vida turva

Que neste cenário apenas azuleciam

Fazendo desta reta uma sinuosa curva

E na saliva babosa que escavam poesias alvas

Conjunturas figuradas de um céu avernoso

Que até a acácia encarnada não se salva

Deste distinto e delicado tronco misterioso

Todo o sentimento que aflora é momentâneo

Não por um querer ou por gosto

Pois tal e qual um rei deposto

A impossibilidade de mudança é instantânea

Nada existe mais para sonhar

As cerejeiras não florescem ao luar

A natureza esta carente de beleza

O azul profundo de um mar efervescente

Em um espaço que perdeu seu sopesar

Mas as flores se assemelham a cogumelos fumegantes

Traga até mim o teu recado

Adocicado

É o som de um suave violino?

É a rosa se abrindo ou é miragem?

Uma rosa selvagem

Um despertar feminino