VOLTAR A ZEROS

Nesta manhã eu não creio em quase tudo

No Sol iluminado, na alegria

Pela manhã assisto a dor, a agonia

Vejo crua a matança e fico mudo

Talvez aceite, acate as rebeldias

Espraio as imagens em sonhos brandos

Esconjuro a paz e todos os desmandos

Abraço a vida, as noites e os dias

Se os olhares matassem, tombaria

Intenções fisgam, rasgam, são crueis

Amarras frágeis prendem a valquíria

Libero quanto posso num estertor

Atravessas luz, som, os decibéis

Numa nota só, nítida, o amor.

José Manuel Serradas
Enviado por José Manuel Serradas em 31/08/2022
Código do texto: T7595523
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