Do querer
Eu penso sem querer e você vem
Numa memória ou tempo além
No riso ou olhar de quem entende
Ou à noite quando me invade em sonho
E me perturba o sono e o corpo e a mente
E da mesma forma te evito
Num misto de pecado e rito
Te penso e contemplo como quem comete um delito
E por não querer te pensar, silencio
Mas pra quem vive de perder
Que peso tem viver, temer..
Indecente, indigna, vazia
Não arrisco o seu desprezo
E, portanto, te escrevo
"Anônima", fingida,
Sem entender que diabos faço
Com esse misto de não poder
E de querer devasso...
E se quiser
Eu poderia ainda te dizer...