Poeminha banal
Queria compor um verso bem romântico
cuja força atravessasse o Atlântico.
Queria um poema bem lindo
que te fizesse lê-lo sorrindo.
Queria envolvê-lo numa prosa sincera
que o deixasse aflito, à minha espera.
Queria oferecer-lhe um soneto musical
que evocasse o amor transcendental.
Queria declarar-me de um jeito diferente
De qualquer discurso amoroso coerente
Mas das palavras certas estou carente.
Então, gosto de você.
Quer ir ao cinema comigo
assistir a um filme bem antigo?
Talvez passar a tarde numa livraria
e tomar um capucino na cafeteria?
Quer conhecer minha canção favorita,
me falar dos lugares por onde você transita?
Admirar a noite estrelada
até o nascer da alvorada?
Ou simplesmente sentar no sofá
deitar a cabeça no meu colo
me deixar te fazer cafuné?
Divagar, dormir, sonhar.
“Te amo” por fim desatolo.
Pois é...