Poeminha banal

Queria compor um verso bem romântico

cuja força atravessasse o Atlântico.

Queria um poema bem lindo

que te fizesse lê-lo sorrindo.

Queria envolvê-lo numa prosa sincera

que o deixasse aflito, à minha espera.

Queria oferecer-lhe um soneto musical

que evocasse o amor transcendental.

Queria declarar-me de um jeito diferente

De qualquer discurso amoroso coerente

Mas das palavras certas estou carente.

Então, gosto de você.

Quer ir ao cinema comigo

assistir a um filme bem antigo?

Talvez passar a tarde numa livraria

e tomar um capucino na cafeteria?

Quer conhecer minha canção favorita,

me falar dos lugares por onde você transita?

Admirar a noite estrelada

até o nascer da alvorada?

Ou simplesmente sentar no sofá

deitar a cabeça no meu colo

me deixar te fazer cafuné?

Divagar, dormir, sonhar.

“Te amo” por fim desatolo.

Pois é...

Maria Paula Alvim
Enviado por Maria Paula Alvim em 30/11/2007
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T759519
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