Dualidade
Eu sou uma divindade
em mim mora toda a bondade
em meu peito floresce a diversidade
de tudo aquilo que guarda a humanidade
Infelizmente moro em uma carcaça falha
Gradativamente vejo como sou limitada
Faz eu me sentir desmembrada
Mesmo possuindo uma percepção ampliada
Em alguns momentos não vejo além do fracasso
Sinto que minha vida está entregue ao acaso
Observo com cautela minha inteligência
E lembro da maldita resiliência
Eu sou capaz
Mas também sou meu capataz
Eu sou o doce sabor da vida
E também sou o amargar do dia
Sou a capacidade expansiva
encarcerada em uma mente depressiva
Aqui há o todo e a minha ascensão
Mas meus planos encontram a desintegração
antes que eu possa concretizar e ter em mãos
E mesmo assim eu cravo os pés no chão
enquanto aprecio a sobrevivência com uma singela saudação