AVEC NOSTALGIE

AVEC NOSTALGIE

Por onde andará

a menina do porto,

cujo passeio divino à beira do cais

enche de saudade

o peito deste barqueiro.

Procuro sempre por ela,

com meus olhos sonhadores,

ansiosos pela bela figura

pintada de branco

na aquarela colorida

pela minha imaginação,

almejando tê-la de vez

espetada no meu corpo,

como uma flor.

Querendo-a gravada em minha pele,

marcada como uma tatuagem,

em êxtase, colada em mim.

Senti-la assim como uma boca faminta

sugando o meu amor.

Bela e nua,

não de todo,

vestida apenas com um pendente

desenhado com as iniciais entrelaçadas,

dela e deste seu marujo.

Dançando ao movimento apressado

do seu peito delicado,

ainda vou tê-la, sim,

sem os artifícios dos devaneios.

Navegando, enfim,

sempre bem juntinho de mim.