NA JANELA
Da janela eu vejo a rua
No seu frenesi constante
Operários e estudantes
Mães aos seus filhos levar
Estão sempre apressados
Motoristas estressados
Nos seus carros a buzinar
Eu aqui da minha janela
Vejo a cidade assustada
A violencia escancarada
O medo rostos a estampar
Vejo as filas nos hospitais
Pessoas pedem nos sinais
Cristãos na igreja a rezar
Daqui da minha janela
Eu vejo jovens drogados
Mendigos pelas calçadas
Com auto estima no chão
Ainda vejo preconceitos
Vejo a falta de respeito
Aos direitos do cidadão
Aqui da minha janela
Eu vejo que algo está errado
Mas, ficar nela debruçado
Não vou conseguir ajudar
Ficar aqui no meu conforto
Vezes a me fingir de morto
como o cenário vou mudar?
(João Eudinan)