PIRILAMPO
Alguns tempos nunca fraquejam, nunca se desmerecem,
nunca titubeiam, nunca rareiam.
Tempos que perderam os engodos, que esqueceram suas
derrapagens, seus talvez.
Tempos sem engasgos, sem desmoronamentos, sem vazios.
Nesses tempos, vastos e nada ferozes, a vida se dá tinindo de feliz.
Neles, fugiram os nãos, os chãos atrozes, os desvelos todos.
São tempos aguardados, de colo bendito, de fronte macia.
Tempos que sabem andarilhar sem pressa, sem medo, sem feitor.
Tempos acarinhados, belos no ser, repletos no querer-bem.
Tempos em que Deus se alegra, se reabastece, se aquece.
Assim estou hoje, como um pirilampo que acabou de nascer.