Para Sempre
Nunca vou me esquecer;
Daquela tarde de inverno,
ainda dourado e terno
o Sol punha-se a descer
A face pálida, trancada,
por negros óculos escuros ocultada
e pela fria brisa beijada,
Pôs-se lentamente a enrubescer
Naquela tarde, lá na praça
com espantosa emoção nua,
vi do outro lado da rua
perigosos como brasa
e delicados como a lua,
Eram seus olhos que me viam
Ah! Meu peito ardia!!
Amei-te quando te vi,
misteriosa como a noite
e tão linda quanto o dia.