O POETA DA CIDADE
Sou o poeta da cidade.
Canto a praça, o viaduto,
o movimento, a ebriedade
transitória do minuto,
canto nada, canto tudo,
dentro do canto eu luto.
Sou o poeta da cidade.
Canto o verso concreto
plasmando a idealidade,
canto o rude objeto
e a diafaneidade,
canto o canto completo
dentro da minha metade.
Sou o poeta da cidade.
Anuncio o fim
da infâmia e da opressão,
anuncio a união
das raças para assim
fazer a transformação,
anuncio o fim do fim
e o início de outra estação.