PONTEIRO MALDITO
O ponteiro passa em descompasso
Arruinando o tempo que preciso
Pra curar as dores do passado
E as vezes, o presente em que habito.
Flutuando está os meus retratos
Minha face, num canto esquecido
Que o choro invade e eu calo
Palavras que há tempo não profiro.
Um gole de vinho é o que desejo
Pra afundar na dose os pesadelos
Que o tempo, estático, recorda.
E vivendo, pois, desnorteada
Deito-me sobre o travesseiro
Sem saber ao certo a hora exata!
- Francielly Fernandes
- 21/08/2022