ESTRELA AUTISTA
Vi-me diamantado no azul celeste
Sem pena, farsa ou julgamento,
Sobrelevado em graça
Preso ao momento, sublime e terno,
Como se o firmamento
Fosse um instante eterno.
Vi-me acima das injustiças
E das maldades,
Pensando ser o “pequeno príncipe”
Julgador dos homens e dos atos,
Dos valores falsos.
Vagava eu pelo infinito
Pensando ser perfeito,
Gravitado pela bondade,
Impulsionado pelo amor
Pensando ver
Um raro efeito de paz
Pairando na humanidade.
Senti-me tão perto de Deus
Que pensei toca-lo fosse capaz.
Senti então o calor do dia
Realidade acalorando
E o brilho da estrela
Pouco a pouco apagando
E meu sonho esvaindo
Pelo irônico Mundo
Matando meu firmamento justiça
E com ele minha estrela autista.
( D’Eu )