Imprevisível escuridão
Nem o maior grito é tão profundo quanto o da sensibilidade de uma mulher preta. É algo que conota o denotável.
Ser mulher...
Ser preta...
Ser tudo...
Sentir o mundo...
Carregar o incarregável...
Das maravilhas que escondem tormentos
Dos lampejos de alma que ecoam no corpo preto
É um súbito maremoto.
Oh! Para onde foi essa escuridão tão audaz?
Foi cantar?
Foi pintar de preto e reluzir o mundo?
Ou sendo essa escuridão uma mulher preta, foi logo ser tudo?
O que é preto brilha, mas também sofre
Sofre o sofrimento
Sofre a alegria
Sofre a beleza
Sofre o vazio
Mas também sofre o possível impossível e depois brinca de ser o imprevisível mais denso que já densou nesta terra!