Sinto
Eu sinto e sinto tanto
Um sentir nímio de todas as coisas
De arder os sentidos
E o que me arde agora, também me refrigera
E sentir, assim, em demasia me derrui
E me reconstrói, por vezes, intacta
Ora cárcere, ora liberdade
Um sentir quase dor
Que também é cura
Onde as mãos não alcançam
Contudo, sente a alma
Como se fosse tocada, sutilmente
E pelas pontas dos dedos sinto
Com pesar e contentamento
Amor e ódio, também, não nego
Paixões e gostos
E o desgosto amargo das desilusões
Medos e mesclas de intrepidez
Da fragilidade humana, sinto
Certamente, todas as emoções
E como poderia não sentir assim?