CERTEZAS ZONZAS
Que venha quem me desacate, me desalinhe, me desafie,
que venha alforriada, num repente qualquer,
tal o gênio que sai da lâmpada,
tal um deus que sai do nada.
Que venha de cabelos soltos, de alma atiçada,
pronta pra colocar meus dias em ordem,
pronta para ordenhar o que tiver de ser.
Vai deixar as certezas zonzas, o andar perturbado,
vai assustar os grãos de areia, tirar o sono do mar,
vai dar rasteira nos medos, na dúvida, na fé,
vai sacudir montanhas e fazer o vento ronronar.
Então meus dias serão outros, os gostos serão retintos,
o que se dizia morto, saltitará,
o que se dizia descarrilhado, aprumará,
o que se dizia perdido, me achará.