CERTEZAS ZONZAS

Que venha quem me desacate, me desalinhe, me desafie,

que venha alforriada, num repente qualquer,

tal o gênio que sai da lâmpada,

tal um deus que sai do nada.

Que venha de cabelos soltos, de alma atiçada,

pronta pra colocar meus dias em ordem,

pronta para ordenhar o que tiver de ser.

Vai deixar as certezas zonzas, o andar perturbado,

vai assustar os grãos de areia, tirar o sono do mar,

vai dar rasteira nos medos, na dúvida, na fé,

vai sacudir montanhas e fazer o vento ronronar.

Então meus dias serão outros, os gostos serão retintos,

o que se dizia morto, saltitará,

o que se dizia descarrilhado, aprumará,

o que se dizia perdido, me achará.

 

 

 

 

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 20/08/2022
Código do texto: T7587020
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