MORRER NA PRAIA
MORRER NA PRAIA
Não vou morrer na praia
Tampouco no vale
Vou morrer como tantos
Sem escolhas ou lugares
Pouco importa qual a porta
De passagem de lugar
Do ser e do estar
Do dia para a noite
Da liberdade ou açoite
Como dois e dois são quatro
Quem sabe num quarto
Ou ainda numa rua
Ou quem sabe em casa
Deitado na cama
Nesse meu pequeno mundo
Nessa gaiola de pássaros
Que jamais voam
Apenas no momento de ir
A lugar desconhecido
Nunca dantes ido
Acima da imaginação
Onde apodrecer será mel
Ou quem sabe fel
Pouco importa
A chave da porta
Não é minha e jamais será
O ser será sem estar
Apenas alma sem carne
Morto como tudo
Apenas sem saber
O porquê do contudo
Desse fragmento de gente