MORRER NA PRAIA

MORRER NA PRAIA

Não vou morrer na praia

Tampouco no vale

Vou morrer como tantos

Sem escolhas ou lugares

Pouco importa qual a porta

De passagem de lugar

Do ser e do estar

Do dia para a noite

Da liberdade ou açoite

Como dois e dois são quatro

Quem sabe num quarto

Ou ainda numa rua

Ou quem sabe em casa

Deitado na cama

Nesse meu pequeno mundo

Nessa gaiola de pássaros

Que jamais voam

Apenas no momento de ir

A lugar desconhecido

Nunca dantes ido

Acima da imaginação

Onde apodrecer será mel

Ou quem sabe fel

Pouco importa

A chave da porta

Não é minha e jamais será

O ser será sem estar

Apenas alma sem carne

Morto como tudo

Apenas sem saber

O porquê do contudo

Desse fragmento de gente

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 20/08/2022
Reeditado em 20/08/2022
Código do texto: T7586959
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