FILHA DAS ESTRELAS
(Por Érica Cinara Santos)
Deixe que eu olhe para o céu
Esse breu de luzes pontilhado
E sinta arrepios oriundos das profundezas de mim
Reverenciando algo para além do sagrado
Deixe que eu veja por detrás do véu
Das ilusões em que os sentidos me tem limitado
E seja grata por esse brilho faiscante de onde eu vim
E que, em razão da "distância", só agora meus olhos o tem alcançado
Amo o que me dizem as estrelas
Sobre a vastidão precisa e sábia do infinito
Dos elementos criados quando morre alguma delas
Ao explodirem em supernovas no tempo divino predito
Amo a generosidade das estrelas
Em seu ciclo de doação absoluto
Que criam ao morrerem e sustentam a vida enquanto vivem
Gerando mundos a partir de seu próprio luto
Amo a sabedoria que se pôs a concebe-las
E deu razão e função a tudo
Tornando a multiplicidade da criação em seu vai e vem
Uma unidade de Amor e harmonia sobretudo.