outono
Dali o céu é mais
Visível.
A árvore me entra mais
Cabível.
Porque os galhos cabem no céu
E em mim
As folhas caem
Imprevisível.
Os galhos cortam
Desenham
E assim
A gente consegue ver
O fim.
O início do galho
E suas ramificações
Donde da árvore tá as veias
E os corações.
Não tem flores como
A primavera.
Mas o silêncio
É terno
Eterno.
E não afaga à quentura
Tal qual
Verão.
Nem me congela os olhos
Tal qual
Inverno.
Porque quando muita folha
E flor
Não se vê onde os galhos entram
Mas quando as folhas no chão, amor
Os galhos, os olhos sustentam.
Os galhos, não se sabe ao certo
Quais caminhos vão tomar
E a certeza
É que
A natureza morre ao ar.
Faz parte
Faz arte...
E me dá sono
E a partir
De assim
Que vem o outono.