Eu em outros olhos
É inevitável olhar aquela mulher sem purpurina nos olhos
O cabelo cor raios de Sol a trinta e cinco graus celsos
O jeito diferente como tomar agua na xicara de café
Parece não ter problemas, esquece os dilemas
Sacana feito cão alegre, vive contando os dedos dos pés
Olha para o nada, entretanto, pensa em tudo
A cada andada me apaixono mais por aquela mulher
Não tenho look, nem dicionário, muito menos beleza dos deuses
Mas amo o cuidado que ela me prende com aquela liberdade
Saudades aparece em segundo, amo estar junto
Mesmo eu em casa e ela no quarto dela
Ainda me assusto com os livros, sorrisos e amigos
Mas não evito a ânsia da espera que ela vire de lado
Para que o meu abraço abrace o abraço dela
E ainda que de olhos fechados sinto-me amado
É inevitável, as purpurinas vibram em minhas íris
Quando sonho com ela as três da madrugada.