DOR DE MÃE
Pelo vidro fumê,
sob a claridade do candelabro,
com o sereno da noite,
e o aroma de crisântemo;
a silhueta de um rosto curvado...
Um soluço silencioso...
Tua tristeza acordada!
O filho "adormecera"
em berço eterno
sob a lua dos corvos.
Despedira deste
a acariciar a palidez
de teu rosto angelical.
Restara-lhe apenas o consolo
de tua fé pujante;
em saber do "teu"
estar sob a guarda do Pai.
Ficara a solidão.
Passara a contar os passos.
Os dias ficaram longos.
Refugiara-se em teu próprio coração.
Neste havia o que é de mais nobre,
o sentimento eterno pela prole.
Fizera de teu caminhar,
de teus dias, da rotina,
o teu próprio anestésico.
A vida seguiu!
O tempo estancara a dor.
Serena, praticara a "aceitação".
Aguardara o momento de se juntar
ao leito eterno do filho.
Com a paz da espiritualidade,
o seu destino final chegou!
"Adormecera" com a certeza
de ir ao encontro da prole...
ao lado direito do PAI!
J. M. 2004.