Carne de Sol
Carne de Sol
Não quero que entre por meus olhos
Quero absorver-te hermética,
Sugado pelo umbigo
Não quero que chupe meus joelhos
Nem que me engula em saliva
Quero que cuspa o teu ventre
E que excrete a espinha dorsal
Colossal
Num prato raso, de barro cozido
Não aceito pontuação
Em minha pele ardida
Meu humor cachaça
Exala sorriso suado
Quero regaço al dente
Pimenta vermelha na orelha
Ao sol exposta a carne fresca
de minha flor dália
Secará salgada pelo ardor de todo teu despudor