Carne de Sol

Carne de Sol

Não quero que entre por meus olhos

Quero absorver-te hermética,

Sugado pelo umbigo

Não quero que chupe meus joelhos

Nem que me engula em saliva

Quero que cuspa o teu ventre

E que excrete a espinha dorsal

Colossal

Num prato raso, de barro cozido

Não aceito pontuação

Em minha pele ardida

Meu humor cachaça

Exala sorriso suado

Quero regaço al dente

Pimenta vermelha na orelha

Ao sol exposta a carne fresca

de minha flor dália

Secará salgada pelo ardor de todo teu despudor

DaliaTerra
Enviado por DaliaTerra em 29/11/2007
Reeditado em 23/12/2007
Código do texto: T758265