A torre!
A torre da igreja da minha terra
aponta para o infinito e lindo céu,
Faz constantemente um louvor a Deus
De beleza sem igual e imponente,
embeleza o belo Largo do Adro,
Aos seus pés crianças brincam e berram,
jogam á bola, á carica e ou ao pião
Encostados nas suas paredes á sombra
os homens miram as belas moças da aldeia
cativando-as com seus olhares na plateia
mais tarde, na bela torre seus sinos tocarão
anunciando casamentos ou batizados
e á volta da bela torre haverá muita comoção
E em dias de festa fica engalanada
"vestida" de muitas e diversas cores,
Seus sinos repicam anunciando alegria
o povo da aldeia sai á rua, vestido a rigor,
Toca a banda da terra e começa o baile
os homens pedem as mãos das senhoras,
eles pousam os chapéus, elas os xailes
para darem um pezinho de dança
quem sabe, sai do baile algo prometedor...
Cai o entardecer que traz um vento fresco
a alegria, a diversão andam de mão dada
numa roda viva, com vinho, a festa é regada.
A noite chega, e a torre da minha igreja,
com as luzes da festa fica toda iluminada,
mostrando a sua beleza e sua imponência,
e eu sentada ao longe olho-a com felicidade,
com orgulho, já com saudade e muito amor...
Foram seus sinos, suas "Almas" que anunciaram
o casamento dos meus pais, o meu batizado,
a hora do terço para com a minha avó ir rezar
e ao domingo na santa missa o povo abençoar...
Bela é a torre da igreja da minha terra
traz-me lembranças á minha memória
recordações da minha infância e pessoas
que me são queridas e muito amadas
para não falar dos segredos que ela encerra!
A bela e imponente torre da minha igreja,
tem dois grandes sinos para tocar
Toca quando alguém casa, se batiza
quando alguém "parte" e há festa no ar
e entristece-nos o coração quando estamos
de partida por não a irmos ver nem tocar
Enche-se a minha alma de orgulho
o meu coração de infinita alegria
e quando a camioneta deixa a Praça
As Almas da torre (sinos) da igreja repicam
mostrando que quando á terra voltarmos,
ela lá continuará, mostrando a sua eternidade,
sua beleza, sua imponência e a sua Poesia!
Maria Irene Miranda
26/06/2022
Segundo o escritor Júlio Dantas “Os sinos são as almas religiosas das torres”.