Pais

Os pais nos cedem suas mãos

Para apanharmos os sonhos

Emprestam as pernas

Para encontrarmos o caminho

Somos o cintilar em seus olhos

Os passos deles que não foram dados

As luzes que ainda estão acesas.

Nas noites insones nos reservam preces

Sem ser dita, muita coisa falece

porém o calado o gesto aninha

Carregam-nos no peito toda a vida

Até o dia em que definham

Até o dia em que nós

nos tornamos os pais de nossos pais.