TRAUMA
A dor que marca o corpo,
É diferente da que fere a alma,
Tão fundo parecem os olhos,
Quão duros os abrolhos,
Tenho a pele costurada,
Uma alma enclausurada,
No seu próprio âmago,
Onde o silêncio fez estrago,
São lesões de frias estações,
Do tempo e suas agressões,
Daquilo que parecia ameno,
Mas, por dentro destruía o terreno,
A face esbelta de um sorriso,
E na memória a sensação do abandono,
Parecem agulhas costurando o interior,
A capa tende ser dura,
Enquanto se esvaí o amor,
São acidentes de emoções,
Que mente registra,
Em seus fotoneurônios,
O silêncio torna-se assustador,
Quando estes se revelam,
O isolamento traz o frio,
E o corpo sente a vibração,
A psique tende ao vazio da razão,
E lentamente morrem órgãos,
Os sentimentos não nutrem ventos,
E as feridas da alma tornam-se profundas,
Num ciclo de energias negativas,
Onde a consciência luta sem fim,
Tentando vencer as linhas
Que costuram o imaginário (...)
(M&M)