Mulher cigana II
Querendo andar sozinha
dona de seus passos
filtrando seu pensamento
sua fala, seu grito, sua dor
valorizando seu prazer
olhando para frente
sem vergonha da solidão
com certeza da razão
é a força do seu caminhar
olhando com olhos vivos
querendo logo chegar
sempre estendendo suas mãos
oferecendo o que pode dar
em todo lugar sabe ficar
querendo compartilhar o sol
sem hora para deitar
nem para levantar
sem querer alguém para falar
valorizando o estar só
esquece a tristeza de ouvir palavras tortas
dedilhando as cordas de seu violino
ouvindo o som que sabe apreciar
sentada para descansar
com seu dom
triunfar como mulher.