APENAS UMA VÃ MEMÓRIA

Aquele quintal ainda de terra,

O portão sem tranca, o cachorro,

O leiteiro grita, a vizinha berra,

A padaria no alto do morro.

Uma mãe chama seu filho,

Ele só não ouve, não quer,

O sol do meio dia, o seu brilho,

Aquela esfarrapada mulher.

Cai a chuva, um temporal,

Tudo vira barro, enxurrada,

Mas a chuva passou, natural,

E toda aquela cena ficou parada.

E vem tudo na minha memória,

Um remoto passado, uma ilusão,

Um pouco de mim, da minha história,

Do que ficou dentro do meu coração.

Mas tudo passou, tudo é antigo,

A infância me parece que é um sonho,

Disso não me restou nenhum amigo,

Foi real, mas o que foi bom ficou tristonho.

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 09/08/2022
Reeditado em 05/12/2022
Código do texto: T7578423
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