Rascunho
Rascunho
Me sentei a margem do rio
Era uma noite de inveno, com aspecto sombrio
Mesmo assim, ali fiquei
Recluso em meus pensamentos
Tomei em uma mão um papel
E na outra, eu tremulava uma caneta
Cada traço desenhava uma memória
Rabiscado em embaraço a minha história
De repente a folha em branco estava cheia
Sentimentos semeavam em meio ao frio
Eu olhei de volta para o rio
E depois retornei pra mim, me sentindo mais vazio
Escrevi aquela carta em desafio
Era ali que o meu próprio eu, se revelava
Não havia mais ninguém naquele rio
Mas eu senti, não sei como
Senti, não estar sozinho
Comecei a ler e ver, se formar diante de mim
Incontáveis lembranças
Ali eu era jovem, era uma criança
E era fim
Minha idéias descansaram aliviadas, fora de mim
Naquele banco
Lá estava a somatoria de uma vida, resumida
Escrita por meu próprio punho
De repente, um momento tão singelo
Eternizado em frente e verso
Naquele rascunho